25/09/2011

Num banco parei...

Passeava pelas ruas da cidade,
Olhava as paredes escritas,
Lia palavras do povo que nela vivia,
E lia, lia...
Palavras de desabafos,
Umas com razão outras sem,
Umas de tristeza,
Outras de alegria,
Outras de paixão,
Eram emoções de gente anónima,
Continuava a passear e ia lendo,
Continuei o meu caminho pelo passeio,
Vi um banco de madeira,
Onde tu estavas encostada,
Sentei-me junto a ti,
Olhei-te com curiosidade,
Sorriste para mim,
Falei contigo,
Perguntei-te a razão porque estavas ali,
Não respondeste,
No teu silêncio,
Vi que eras vazia de razões,
Sem conteudo,
Nada podias dizer sobre emoções,
Não!
Não eras alguém com razão,
Mas podias fazer perder a razão,
Isso sim!
Afinal qual a tua existencia?
Não tens emoção,
Não tens razão.
Olhei-te de novo,
Não podias responder,
Eras muda e vazia,
Não eras ninguém,
Eras um objecto de homens,
Homens que usavam-te por prazer,
Prazeres de momentos sem razão.

Alberto RCorreia

1 comentário:

2 ZEROS disse...

Mas os homens que a usam encontram sempre uma razão fictícia para a usar.