02/09/2009

A fogueira

Imaginem um grupo de pessoas em frente de uma fogueira numa noite fria, chuvosa e de vento gélido.
Imaginem que a cena se passa numa gruta algures numa serra onde não abunda nem a vegetação nem arvoredo.
Imaginem que o grupo de pessoas, teve de enfrentar todos os obstáculos, sózinho e sem ajudas de nada, para chegar ao local onde instalar-se-iam por algum tempo..
A pequena fogueira que tinham para juntos se aquecerem era a única coisa que tinham e que dava-lhe o pouco conforto, que era apenas e só deles embora muitas vezes a tivessem de partilhar com outros viajantes que por ali passavam e por vezes pernoitavam algum tempo.
Com o avançar da noite, alguns adormeceram, outros quase que esgotavam-se de cansaço. A fogueira como todas as fogueiras, ia-se consumindo e enfraquecendo o seu calor que aquecia aquele pequeno grupo. Num momento em que a fogueira quase se extinguia, um dos membros conseguiu arranjar ainda um pouco de forças para vencer o cansaço que o dominava e lançou sózinho sem nada dizer aos que já dormiam as achas que ainda guardava para reavivar o lume. Os que dormiam continuaram o seu sono profundo sem de nada apreceberem-se do que poderia estar a acontecer. Os viajantes que nessa noite pernoitavam junto do grupo continuaram unidos aos que dormiam, o que fazia com que os seus corpos quase ficassem indistintos e unos.
O que ainda tentava ter algumas forças para manter-se acordado, continou na procura de mais achas em silêncio para não acordar ninguém, sabia que já restava-lhe pouco tempo de existência, mas que de forma alguma queria deixar o restante grupo sem o calor de uma fogueira e por isso tinha de juntar o mais possivel de lenha que a continuasse a alimentar. Não podia adormecer pois sabia também que um dos viajantes iria deitar um balde de água na fogueira assim que seguisse o seu caminho e já não precisasse daquele grupo, gruta ou fogueira pois o seu objectivo temporário estava satisfeito.
Imaginem só esta cena pois em nada será parecido com a realidade e qualquer semelhança de um momento ou outro será pura imaginação e fantasia.

Alberto Correia (direitos reservados)

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